O
artista faz questão de mostrar que sua loja, suspensa do chão cerca de
três metros por toras de madeiras nobres, foi construída com árvores
nativas que seriam desperdiçadas em desmatamentos nos arredores. Aos
visitantes é oferecido um rapé, produto considerado terapêutico de
origem indígena, à base de tabaco com toque de plantas nativas. O
difícil é caminhar pelo espaço com tantas esculturas de pássaros,
peixes, répteis, animais, molduras e quadros, quase todos com inspiração
na biodiversidade amazônica.
Superação
Marinésio tem orgulho em contar sua história de superação. Começou a desenvolver suas habilidades quando trabalhou na marcenaria do presídio Manoel Néri da Silva, em Cruzeiro do Sul, onde cumpriu pena por tráfico de drogas. “Eu disse que tinha vontade de trabalhar com entalhe em madeira e tive a oportunidade. Comecei fazendo móveis e nas horas vagas aproveitava as sobras de madeira, para confeccionar quadros de clubes de futebol. A diretora da penitenciária permitia que eu vendesse as obras para as visitas e o dinheiro era usado na compra de materiais de higiene pessoal”, lembra.
Marinésio tem orgulho em contar sua história de superação. Começou a desenvolver suas habilidades quando trabalhou na marcenaria do presídio Manoel Néri da Silva, em Cruzeiro do Sul, onde cumpriu pena por tráfico de drogas. “Eu disse que tinha vontade de trabalhar com entalhe em madeira e tive a oportunidade. Comecei fazendo móveis e nas horas vagas aproveitava as sobras de madeira, para confeccionar quadros de clubes de futebol. A diretora da penitenciária permitia que eu vendesse as obras para as visitas e o dinheiro era usado na compra de materiais de higiene pessoal”, lembra.
O trabalho ajudou no
cumprimento da pena e há vários anos, o artesão não deve mais nada à
justiça. Suas obras estão ganhando valor comercial e mercado, o que
possibilita investimentos em novos projetos. “Hoje graças a Deus recebo
visitas de pessoas dos grandes centros como Rio e São Paulo, de
universidades e até de outros países como os Estados Unidos. Essas
pessoas gostam muito e sempre estão comprando os nossos produtos”,
comenta.
O
artista explica que a forma sustentável como são confeccionadas suas
obras despertam o interesse dos clientes. Além da madeira, ele usa
mandíbulas, garras de animais, restos de insetos, penas e bicos de aves
para inserir nas molduras. O forte contato com a natureza foi adquirido
por seus ancestrais.
O
artesão conta que sua avó era índia de uma tribo isolada e foi forçada à
civilização. “Pegaram ela para domesticar com a ajuda de cães. Minha
mãe era índia pura e como descendente tenho muito contato com os índios e
admiração por todos eles”, enfatiza.
Uma
escultura de um jacaré esculpida à base de madeira da espécie marfim,
atualmente está à venda por R$ 15 mil, obra que segundo o artesão foi
confeccionada em um mês de trabalho.
Para
destacar ainda mais o seu talento, Marinésio confecciona quadros com
imagens de indígenas, personalidades e construiu duas grandes molduras
de Jesus Cristo, quando estava prestes a ser crucificado, tudo em
entalhe de madeira. Ele também trabalha com pinturas e artesanatos à
base de sementes nativas.
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